COMO REDUZIR A DEDICAÇÃO
MENSAL AO CLIENTE ATRAVÉS DO CONHECIMENTO TÉCNICO?
Quanto maior for o conhecimento do cliente sobre
questões ligadas às áreas tributárias e trabalhistas, mais simples será o
trabalho a ser realizado pelo escritório contábil. Partindo dessa premissa,
revela-se oportuno investir nessa capacitação
Quanto maior for o
conhecimento do cliente sobre questões ligadas às áreas tributárias e
trabalhistas, mais simples será o trabalho a ser realizado pelo escritório
contábil. Partindo dessa premissa, revela-se oportuno que investir nessa
gradual capacitação, com o objetivo de reduzir em médio prazo o tempo demandado
pelo cliente nos trabalhos, é uma escolha segura e com retorno garantido.
Inclusive, é habitual
existir nos contratos de prestação de serviços contábeis que firmamos com os
clientes, além dos trabalhos de processamento de dados – escrituração,
apuração, cálculo, etc. – a consultoria e assessoria nas áreas fiscal, contábil
e trabalhista. Porém, na prática, esses trabalhos intelectuais são executados
por demanda. Quando o cliente tem uma dúvida, contata o escritório para o
respectivo esclarecimento. Essa ação resolve o problema, mas deixa no cliente a
sensação de que o escritório não fez nada além da sua obrigação, o que, de
fato, é verdade.
Esta é uma grande
oportunidade de fidelizar o cliente, de encantá-lo, de mostrar o diferencial do
seu escritório. Contudo, tal oportunidade costuma ser ignorada pela maioria dos
empresários contábeis. Em vista disso, proponho as seguintes reflexões: será
que a dúvida de um cliente não é também, no presente ou no futuro, a dúvida de
outros? Será que a assessoria e consultoria que você oferece aos seus clientes
não deveria também ser compartilhada com a sua equipe de trabalho,
permitindo-os evoluir enquanto profissionais?
Normalmente, o Fisco é,
direta ou indiretamente, o gerador dessas demandas para o escritório contábil,
principalmente quando há novidades. Um exemplo, para ilustrar. A partir de determinada
data, a Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul passou a exigir a afixação
de um novo cartaz em todos os estabelecimentos dos contribuintes que realizam
atendimento ao público, denominado DI/TE – Documento de Identificação da
Receita Estadual. Nesse documento, que precisa ser impresso a cores e que
substitui o antigo DIC/TE, além do nome do contribuinte, CNPJ e Inscrição
Estadual, tem também o QR-CORE.
Alguns dias após a
publicação desse assunto no Diário Oficial, o tema virou notícia nos principais
jornais e mídias digitais gaúchas. Por consequência, gerou uma demanda de
clientes contatando os escritórios e questionando alguns aspectos, como, por
exemplo: o que é isso?, é obrigatório?, onde se obtém o cartaz?, tem multa?,
etc. As equipes dos escritórios, certamente, foram mobilizadas a prestar os
devidos esclarecimentos a todos os clientes que realizaram contato. Tudo certo,
afinal, essa também é uma obrigação dos escritórios. O fato é que exatamente o
mesmo atendimento precisou ser efetuado, individualmente, a todos os clientes
que tinham igual dúvida. Quanto tempo você acha que isso consumiu das equipes?
Por que os escritórios não
externaram essa novidade antes, para todos os clientes ao mesmo tempo,
juntamente com as principais questões relacionadas ao tema? Essa ação teria
evitado, em um curto período, uma demanda de esclarecimento de iguais dúvidas
que consumiu, desnecessariamente, bastante tempo da rotina das equipes de
trabalho. Mas, e qual seria a solução viável para evitar que isso aconteça
novamente? Vejo aqui uma outra oportunidade. E a possibilidade de o escritório
ter um procedimento rotineiro de elaboração e veiculação de artigos técnicos
amigáveis ao usuário leigo, é a resposta. Algo informativo, em torno de 1000
caracteres, vem a ser o ideal para abordar um tema sem tornar a leitura
cansativa.
A soma dos questionamentos
pontuais dos clientes e os fatos novos trazidos por todas as esferas do Fisco
são mais que suficientes para o escritório criar de dois a três artigos por
semana. O simples esforço no atendimento pontual das dúvidas diárias trazidas
pelos clientes – o que integra o rol de serviços que o escritório realiza – já
basta para que a redação dos artigos esteja bem encaminhada. Escrever um
pequeno texto, objetivo e em linguagem simples ao usuário final, com links para
a base legal do assunto comentado, incluso numa imagem com o adequado o design,
a fim de valorizar o conteúdo e a sua marca, demonstrará proatividade às
necessidades do seu cliente.
Contudo, não adianta
preparar ótimos artigos e postá-los no seu site ou numa área WEB de acesso
restrito ao cliente. O site do escritório jamais será acessado pelo cliente com
a mesma frequência com que ele navega nos portais de notícias e redes sociais.
Desse modo, distribuí-los semanalmente por e-mail, para todos os clientes,
através de uma metodologia apropriada (vide artigo “Meu escritório contábil
está utilizando adequadamente a comunicação por e-mail”), vem a ser o melhor
caminho.
Tendo uma biblioteca de
artigos, com acesso disponível em tempo real, além de ser uma fonte de pesquisa
e capacitação à equipe do escritório, simplificará o atendimento das próximas
dúvidas que serão trazidas pelos clientes. Se o questionamento levantado pelo
cliente já fizer parte de algum artigo técnico correspondente, bastará
utilizá-lo no atendimento. Essa é uma ação muito útil para acelerar o
atendimento ao cliente, oportunizar à equipe de trabalho material para
capacitação e reduzir o tempo de dedicação da equipe no escritório com a
pesquisa e preparo da resposta. Mesmo que os assuntos tratados sejam genéricos,
como “cuidado com o prazo para cancelar uma NF-e”, o cliente receberá essa
informação do seu escritório e, naturalmente, valorizará o esforço dedicado em
prol disso. Em benefício dessa questão, listo agora alguns temas que você pode
abordar: carteira de trabalho, documentos para admissão, guarda do XML, do que
se trata a operação de comodato, critérios para a distribuição de lucros,
obrigatoriedade para a entrega da DIRPF, utilidade do informe de rendimentos.
Enfim, se você, leitor deste artigo, atuar em um escritório contábil, saberá do
que estou falando.
Contudo, vale destacar que
três itens são primordiais para o sucesso da proposta:
1. ter uma equipe
empenhada na criação e utilização dos artigos;
2. os artigos serem
amigáveis ao usuário final, tendo como premissa a abordagem de forma
generalizada sobre o tema principal e, havendo interesse, oferecendo meios
(links) para o conhecimento da base legal ou dos roteiros técnicos;
3. os clientes do escritório
terem acesso exclusivo aos artigos, seja aqueles que o contrataram para o
processamento contábil, fiscal e/ou pessoal, seja os que assinaram o serviço
somente para ter acesso aos artigos, gerando, inclusive, uma nova fonte de
receita.
Apenas não cometa o erro
de chamar de artigo as notícias veiculadas nos principais jornais eletrônicos e
nos boletins de notícias das empresas de consultoria tributária ou de
representação da classe contábil. Se você recebe ou tem acesso a esses
materiais, se houver interesse, o seu cliente provavelmente também terá. Crie
os seus próprios artigos ou torne-se cliente de alguma empresa que produza esse
tipo de material para você.
Acredite, a informação é a
alma do negócio.
Fonte: http://www.administradores.com.br/
Comentários
Postar um comentário