EMPRESÁRIOS
E ESPECIALISTAS ESPERAM RETOMADA DAS DISCUSSÕES SOBRE ICMS
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Especialistas e empresários
estão mais esperançosos com a retomada da discussão relacionada às mudanças
no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) após o discurso
de posse de Joaquim Levy no comando do Ministério da Fazenda.
Na última segunda-feira, Levy
afirmou que o ministério colaborará no esforço para harmonizar o ICMS,
principalmente com relação às alíquotas interestaduais, a fim de que termine
a chamada guerra fiscal.
"Muito já se avançou
nesses entendimentos, e o eventual sucesso de um acordo em que o Senado
estabeleça trajetórias declinantes para as alíquotas ditas 'na origem', e os
secretários de Fazenda eliminem o risco jurídico de benefícios já concedidos,
favorecerá, em muito, a retomada do investimento em todo o País", afirmou
na ocasião. "Tal encaminhamento é ainda mais importante e urgente diante
da necessidade de se baixarem custos e se aumentarem as exportações,
especialmente aquelas de maior valor agregado, que envolvem cadeias
produtivas mais longas", acrescentou o ministro.
Para Roberto Pasqualin,
especialista em direito tributário e sócio do PLKC Advogados, essa afirmação
de Levy já em seu discurso de posse sinaliza que haverá uma liderança
política na discussão do ICMS, o que, na visão dele, não existe na figura da
presidente Dilma Rousseff.
"As discussões para as
mudanças estão sendo feitas há muito tempo. O nó que existe agora é político.
Por isso, esse é o momento para se debater com mais ênfase. Além do fato de
que essas questões mais complicadas são analisadas no início de um mandato,
Levy é uma novidade com mais credibilidade do mercado. E isso é mais
vantajoso para o governante [Dilma]", avalia.
O advogado comenta ainda que a
nomeação de Nelson Barbosa para o comando do Ministério do Planejamento é um
fator a mais para que mudanças do ICMS ganhem força dentro do âmbito federal.
Isso porque Barbosa, quando era "braço direito" do ex-ministro da
Fazenda, Guido Mantega, estava empenhado a buscar uma solução para a guerra
fiscal entre os estados. "Porém, a questão é uma mesa de vespeiros, já
que tudo vai depender dos governadores", ressaltou.
Reivindicações
Pasqualin comenta que uma das
maiores queixas de seus clientes prejudicados por uma falta de definição
relacionada ao ICMS é o peso da substituição tributária - regime em que uma
empresa, chamada de substituto, antecipa o pagamento de impostos na cadeia produtiva
- nos negócios.
"Na substituição
tributária, a empresa precisa recolher tributos antes mesmo de vender o
produto. Ou seja, o sistema é eficiente para a arrecadação e prejudica as
companhias. Por isso, o que precisamos é uma liderança política para que seja
feita algo estrutural e não circunstancial. Acabando, por exemplo, com os
arranjos para determinados setores [incentivos fiscais exclusivos] poderia
até não ser mais necessária a substituição tributária", esclarece o
especialista.
Por outro lado, especialistas e
empresários avaliam que a unificação das alíquotas do ICMS em todas as
operações interestaduais acabaria com a guerra fiscal, já que não daria
margem para que os estados possam usar a taxa como um incentivo fiscal sem
que isso seja aprovado por unanimidade no Conselho Nacional de Política
Fazendária (Confaz). Um executivo responsável pela operação no Brasil de uma
companhia alemã afirmou ao DCI que a variação - de 7% a 18% - das alíquotas
prejudica a capacidade de reinvestimento. "A depender do estado, quando
compro um produto desses, a alíquota é de 18%, mas quando vendo, em outro
estado, a taxa cobrada é de 7%. Essa diferença é acumulada, mas não recebo
isso de volta de nenhum governo. E se eu realizo uma importação, cuja
alíquota na venda é de 4%, a diferença é maior. Acredito que a empresa onde
estou já perdeu o equivalente entre 10% a 15% do faturamento com esse
acúmulo, o que poderia ser usado para construção de um novo prédio, por
exemplo", disse o empresário, que preferiu o anonimato.
Ainda com relação à unificação
da alíquotas nas operações entre estados que envolva as compras externas - o
que visou por fim à também chamada guerra dos portos -, o executivo afirmou
que a necessidade se preencher uma Ficha de Conteúdo de Importação (FCI)
também provocou um aumento de custos com contratações. "Tenho que ter
especialistas para preencher as fichas já que vendo produtos que não são
feitos em série. Ou seja, preciso calcular o conteúdo importado, além do ICMS
de cada um", explica.
Ampla
reforma
Para Pasqualin, não é preciso
somente resolver a questão do ICMS, mas também a quantidade de impostos a
serem pagos, de modo a simplificar o pagamento, poderia até eliminar a
substituição tributária. "Não devemos focar na parte do problema, mas no
todo [sistema tributário]", disse.
Ricardo Lerner, sócio e diretor
técnico do Grupo Bener (fornecedor de máquinas-ferramenta) endossa a opinião
do advogado. "Logicamente que todos querem uma simplificação tributária,
mas uma série de medidas precisa ser tomada. Nunca se fala em um plano para
ajudar à indústria. Mesmo o novo ministro não deixou claro o que será feito
para diminuir a desindustrialização no País. E montadoras estão
demitindo", alerta.
Fonte: DCI - Via: http://www.sescon.org.br/
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