IBGE CONFIRMA O RECUO DA INDÚSTRIA
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A
contração da indústria brasileira, que vem sendo mostrada em vários
indicadores, inclusive para o mês passado, foi confirmada ontem pelos dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de maio. A produção
recuou 0,6% no mês ante abril, 3,2% na comparação com maio de 2013 e 1,6% no
acumulado dos cinco primeiros meses de 2014. A única marca positiva é a dos
doze meses encerrados em maio: ligeiro crescimento de 0,2% ante o período
anterior.
A
desaceleração é refletida nos números da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Em maio, o consumo de energia elétrica no Brasil aumentou 1,5% no total. Mas
isso aconteceu graças aos avanços do uso residencial e comercial, de 6% e 7,3%
respectivamente, pois a demanda da indústria caiu 4,3%.
Maio
é o terceiro mês seguido em que a indústria fecha no vermelho, mais uma vez
mostrando fraqueza dos investimentos, sinal de que a economia brasileira
continuou patinando. A produção de bens de capital, medida de investimento,
caiu 2,6% sobre o mês anterior, 9,7% sobre um ano antes e acumula perdas de
7,5% em 2014.
Foi
também em maio que as indústrias dispensaram quase 30 mil trabalhadores, devido
à queda da produção e aos níveis baixos de confiança. Há sinais, lançados pelo
próprio governo, de que em junho nada mudou. O Banco Central, em seu Relatório
Trimestral de Inflação, divulgado na semana passada, passou a ver contração de
0,4% para o setor neste ano.
Duráveis encolhem
Para
o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), os números de
maio do IBGE demonstram que "o quadro se agravou". "O momento é
tão adverso que os efeitos positivos diretos da Copa sobre a produção não
aparecem nos resultados gerais, ou ainda, o crescimento excepcional de 35,4% da
produção do segmento da linha marrom no período janeiro-maio deste ano foi
totalmente diluído pelo encolhimento da produção de muitos outros
segmentos", diz a instituição.
A
linha marrom, de fato, vinha sustentando o segmento de bens de consumo duráveis,
por causa das televisões produzidas em função da Copa do Mundo, mas arrefeceu
em maio. A taxa de crescimento bateu em 41,9% em março e em 20,9% em abril na
comparação com cada um desses meses do ano passado e caiu em maio para 9,8%, na
mesma comparação.
Embora
haja disseminação de taxas negativas em diferentes setores de atividade, a
maior influência para o mau desempenho da indústria tem sido o setor de
veículos automotores. A produção caiu 3,9% em maio, 0,7% em abril e 6,5% em
março, considerando a comparação com o mês anterior. Redução de exportações,
com destaque para Argentina, e demanda interna mais fraca, com efeito de
crédito mais caro e comprometimento da renda das famílias, são alguns dos
fatores que contribuem para esse cenário, segundo o IBGE.
Fonte:
Diário do Comércio - Via: http://www.sescon.org.br/
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