Como avaliar uma empresa?
Entenda questões conceituais e veja dicas que vão auxiliar seu trabalho
de avaliação
Conhecer o valor de uma empresa e o
que determina tal valor são formas inteligentes de tomar decisões sobre
investimentos. No momento de negociação, saber como calcular o o valor de uma
empresa torna-se um diferencial, portanto. Para realizar a avaliação de
empresas há vários métodos e modelos diferentes, que variam de acordo com o
propósito da análise. Existem os que mostram como avaliar uma empresa para
venda ou compra, como avaliar uma empresa pelo faturamento, como avaliar uma
empresa de serviços, entre outros. Além disso, há profissionais dedicados
especificamente à análise de instituições e à compatibilização dos modelos à
realidade de cada organização.
Por ser uma atividade complexa, não
há como estabelecer apenas um modelo de avaliação, mas é possível destacar
algumas questões a serem consideradas em qualquer contexto de análise desse
tipo. Primeiramente, é preciso estar ciente de que há vários modelos
disponíveis, como já citado. De acordo com Aswath Damodaran, autor do livro "Avaliação de
Empresas", pode-se realizar a avaliação pelo fluxo de caixa descontado,
avaliação relativa e modelo de precificação de
opções. No âmbito de cada um desses métodos, há ainda vários outros, dentre os
quais um deve ser escolhido.
Essas escolhas precisam ser guiadas
pelas características da empresa avaliada, principalmente nível de lucros,
potencial de crescimento, fontes de aumento de lucros estabilidade de
alavancagem e política de dividendos, segundo Damodaran. Encontrar um modelo
compatível com a empresa e suas peculiaridades é tão importante quanto a
compreensão dos modelos, colocação correta dos dados e análise das informações
colhidas.
Considerando essas questões, aqui estão sete passos para
melhores avaliações de empresas, que podem ser aplicados em qualquer contexto
de análise:
1. Minimize o viés no processo de
avaliação - o problema da maioria das avaliações é o viés que permeia o
processo. Os
analistas que trazem fortes visões preconcebidas sobre a situação de uma
empresa subavaliada ou superavaliada ou têm a sua compensação financeira ligada
aos resultados da avaliação, provavelmente geram análises que refletem essas
distorções. Melhorar os modelos de avaliação é uma forma de minimizar tais
distorções.
2. Use modelos simples. Embora as novas tecnologias possibilitem o uso de modelos
complexos, os modelos que exigem menos informações podem terminar sendo os mais
claros, muitas vezes.
3. Respeite as leis básicas da
economia. Não
respeitar essas leis gera erros grotescos em avaliações. Considerar que uma empresa
crescerá numa taxa maior à da economia, por exemplo, sem critério que comprove
isto, gerará uma avaliação duvidosa.
4. Evite enfeitar as avaliações. Não acrescente elementos que não podem ser comprovados,
apenas para conseguir um valor vantajoso para quem está vendendo ou comprando
(dependendo da situação). Mantenha a avaliação fiel à realidade da empresa.
Hipóteses de crescimento ou lucro devem ser tratadas como tal.
5. Lembre-se de que não há duas empresas idênticas. Muito da avaliação relativa tem a ver com a premissa de
que se pode identificar empresas que se parecem com a que está sendo avaliada.
Na realidade, não há duas empresas iguais, portanto o conceito de empresa
comparável é subjetivo. Por isso, é necessário lembrar que as diferenças entre
as empresas comparadas é que estabelecerão o tom das análises.
6. Conte uma história, mas analise os dados. Contar uma história para justificar por que uma empresa
deve ser negociada por este ou aquele valor é válido, mas precisa haver apoio
dos dados. A justificativa "narrativa" por si só apoiará as
preconcepções sobre a empresa. Por isso é preciso analisar cuidadosamente os
dados, verificando se a história contada faz sentido e provendo detalhes que a
comprovem.
7. Cuidado com os puristas. Para cada tipo diferente de abordagem de avaliação de
empresas, há puristas que exigem o uso imutável de seus métodos preferidos.
Porém, a avaliação não se beneficia de regras absolutas e nem se presta a elas.
O ideal, então, é unir bom senso, pragmatismo e flexibilidade para adaptar as
regras de acordo com as demandas da análise, sem alterá-las, mas buscando
encontrar o melhor e mais claro resultado.
Fonte: http://www.administradores.com.br/
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