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PAGO A MAIS ENTRE JANEIRO E MARÇO NÃO SERÁ COMPENSADO EM 2016; VEJA A NOVA
TABELA
Segundo o órgão, o reajuste de deduções de dependentes e gastos de educação do Imposto de Renda para Pessoa Física ficou em 5,5%. Para contribuintes com mais de 65 anos, a correção será de 6,5%.
Na série especial sobre Imposto de Renda, confira as respostas para as
principais perguntas enviadas pelos leitores da Dinheiro
Os contribuintes terão
apenas uma correção parcial no ajuste do Imposto de Renda da Pessoa Física
2016, ano-base 2015, por causa dos três meses em que a nova tabela não vigorou.
Entre janeiro e março, o governo arrecadou mais, por causa da vigência da
tabela anterior. Ou seja, não haverá retroatividade em relação a esse primeiro
trimestre em que o contribuinte foi mais tributado pelas faixas antigas, que
não tinham nenhum tipo de correção em relação a 2014.
"Isso
significa que a nova tabela apenas repõe, e em parte, a inflação a partir do
mês de abril", explica Elisabeth Lewandowski Libertuci, advogada
tributarista do escritório Trench, Rossi e Watanabe. Em 2014, a tabela foi
corrigida abaixo da inflação pelo quinto ano consecutivo: o reajuste foi de
4,5% contra um IPCA de 6,41%.
Desde
1996, quando a tabela foi convertida para o real, a defasagem em relação à
inflação soma 64,28%, segundo cálculos dos Auditores Fiscais da Receita Federal
(Sindifisco Nacional).
E
essa discrepância tende a aumentar ainda mais esse ano. A previsão para a
inflação em 2015, segundo o último boletim Focus, é de 7,77%. Já a correção da
tabela será escalonada de acordo com as faixas de renda, com ajustes que vão de
4,5%, para os maiores ganhos, a 6,5% para os menores. Veja abaixo como fica a
nova cobrança mensal, de acordo com a Medida
Provisória 670. A tabela começa a valer a
partir de abril:
Base de cálculo (R$)
|
Alíquota (%)
|
Parcela a deduzir do IR
(R$)
|
Até 1.903,98
|
-
|
-
|
De 1.903,99 até 2.826,65
|
7,5
|
142,80
|
De 2.826,66 até 3.751,05
|
15
|
354,80
|
De 3.751,06 até 4.664,68
|
22,5
|
636,13
|
Acima de 4.664,68
|
27,5
|
869,36
|
Esse
descompasso em relação à inflação, segundo os tributaristas, vai trazendo
pessoas com salários cada vez menores para dentro da base de contribuição. De
acordo com a consultoria EY (antiga Ernst & Young), a isenção do tributo
beneficiava quem recebia até oito salários mínimos em 1996 - relação que
despencou para 2,47 em 2014.
Segundo
a Receita Federal, a correção escalonada da tabela do IRPF negociada com o
Congresso Nacional só valerá para 2015. Para o IRPF de 2016, terá de haver uma
nova negociação de reajuste da tabela, segundo técnicos da Receita.
O
Fisco não deu explicações se a perda com a nova tabela do IR será de R$ 6
bilhões de abril a dezembro ou no período referente ao ano cheio. "O
ajuste terá compensação parcial, não integral, de janeiro a abril, a correção
da tabela não vale", explicou Paulo Ribeiro, auditor fiscal da Divisão de
imposto de renda da Pessoa Física.
DeduçõesSegundo o órgão, o reajuste de deduções de dependentes e gastos de educação do Imposto de Renda para Pessoa Física ficou em 5,5%. Para contribuintes com mais de 65 anos, a correção será de 6,5%.
A
presidente Dilma Rousseff editou a Medida Provisória 670 para aplicar uma
correção escalonada na tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física, conforme
acordo fechado ontem entre o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o presidente
do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
A
MP substitui a proposta de correção linear de 6,5%, vetada pela presidente. A
medida também representa uma vitória do Congresso, tida por Renan e por líderes
"como uma proposta do Parlamento para resolver um grande problema".
Embate
com o congresso
A matéria é também, ao
mesmo tempo, um passo importante do Palácio do Planalto nas negociações para
melhorar a relação com o Legislativo e garantir a governabilidade, diante de um
Congresso fortemente marcado pelos desdobramentos da Operação Lava Jato.
Na
terça-feira, o ministro Levy disse que a medida vai beneficiar os cerca de 25
milhões de brasileiros que declaram seus rendimentos, em particular
aproximadamente 16 milhões de pessoas, que ficarão isentas do tributo neste
ano. Outros 5 milhões de contribuintes, segundo o ministro, serão contemplados
com a correção na faixa de 5,5%.
Levy
ainda destacou que o impacto fiscal da medida será de R$ 6 bilhões em um ano,
contado a partir de 2 de abril, e que o governo buscará, também em parceria com
os parlamentares, uma forma de acomodar essa redução na arrecadação. O ministro
ainda garantiu que a absorção desse montante não irá afetar a meta de superávit
primário de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB).
Por Adriana Fernandes,
Victor Martins, Bianca Pinto Lima
Fonte: O Estado de S. Paulo - Via: http://www.contadores.cnt.br/
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