AUMENTO DA TRIBUTAÇÃO DE
EMPRESAS NÃO DIMINUI ROTATIVIDADE
Para
a Entidade, a alta rotatividade é um dos principais desafios do setor, o que
torna injustificável a alta dos impostos
A Federação do Comércio de
Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) opõe-se à medida
que o governo está estudando de elevar a tributação de empresas cuja taxa da
rotatividade da mão de obra supere o índice médio do setor em que ela se
enquadra. Para a Entidade, tal medida não ataca as reais causas da elevada
rotatividade e interfere no direito dos empresários de tomar livremente as
decisões a respeito de seus negócios.
Segundo levantamento elaborado pela Federação, a alta
rotatividade da mão-de-obra é exatamente um dos principais desafios com o qual
os empresários do varejo têm lidado nos últimos anos. Ao considerar dados do
Estado de São Paulo, o estudo mostra que o comércio é o terceiro setor com
maior rotatividade de trabalhadores, tendo registrado em 2014 uma rotatividade
média mensal de 4,3%, ficando atrás apenas da construção civil e da
agropecuária, setores caracterizados por forte sazonalidade.
"Diante de uma rotatividade média mensal de 4,3%,
é como se em pouco menos de dois anos o setor comercial paulista passasse por
uma renovação total de seu quadro de funcionários", explica a assessoria
econômica da Federação. Essa elevada rotatividade, segundo a assessoria, implica
altos custos para as empresas, principalmente nos processos de recrutamento e
seleção, admissão, treinamento e integração, e desligamento.
O estudo destaca ainda que é comum, no comércio, um
colaborador já estabelecido no quadro de funcionários de uma empresa ser
direcionado por uma ou duas semanas para aplicar treinamento básico a um novo
colaborador admitido. Assim, além dos custos de admissão e desligamentos, há a
'perda' das funções produtivas de um funcionário para, temporariamente,
dedicar-se ao treinamento de outro.
De acordo com o levantamento, a cada dia em que um
funcionário é deslocado de suas atribuições para treinar outro há, em média,
uma perda de funções produtivas em torno de R$ 80,00 nos estabelecimentos
comerciais do Estado de São Paulo e cerca de R$ 100,00 diários no âmbito da
capital paulista.
Para a Federação, a facilidade de acesso ao
seguro-desemprego, somada ao cenário de pleno emprego no mercado de trabalho,
criou incentivos para o aumento da rotatividade da mão de obra.
A Federação acredita que é evidente a contradição
representada pelo forte crescimento das despesas com seguro-desemprego em um
dos momentos de menores taxas de desemprego da história do País. Reforça,
ainda, que o empresário, que tem na alta rotatividade da mão de obra uma
indesejada fonte de custos, não pode ser punido, ainda mais neste momento de
incertezas e fraco desempenho da economia.
Fonte: http://www.fecomercio.com.br/
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