7 COISAS QUE NÃO TE CONTARAM SOBRE PROCESSOS SELETIVOS

Manual de etiqueta básica ou estratégia de internalização? Cada vez mais é necessário estar ciente de que a etiqueta de comportamentos esperados nas dinâmicas não define a sua entrada na empresa

Por toda a parte vemos manuais e textos indicando como se comportar em uma entrevista de emprego, o que vestir, falar, e outros. Confira a seguir algumas verdades que não são listadas nesses guias de comportamento.

1. Os melhores candidatos muitas vezes não são escolhidos

Sabe aquilo de que o gerente de hoje não contratará alguém que possa ser seu adversário amanhã? É verdade. E isso vale para o profissional de RH. Embora seja passada a imagem de imparcialidade na área de Recrutamento & Seleção, aqui, como em tudo na vida, corre a dita inveja e a instintiva precaução em não permitir alguém que possa se destacar demais. Há exceções, existem os verdadeiros profissionais da área, mas esses são minoria, pode ter certeza.

2. O recrutador não te contratará por seu currículo, mas se "for com a sua cara"

Um fato. Ouvi isso das próprias palavras de um recrutador, que disse que tanto eu como o(a) candidato(a) X tínhamos ido muito bem nos testes, mas alegou que X seria escolhido(a), por (e aí foi difícil explicar) características pessoais, que achou que a pessoa seria mais adequada para a vaga (detalhe que era uma vaga de estágio, sem exigência de experiências prévias). Por minha experiência própria afirmo que se o recrutador tiver afinidade com a sua pessoa, suas chances ultrapassam as de candidatos com currículos incrementados.

3. Dinâmicas de grupo são a tradução da hipocrisia, mas na hora da ação todo mundo se ama

Já presenciei tantas dinâmicas de grupo que hoje sei exatamente quem está mentindo e quem fala a verdade. E quando as ações para os cases propostos têm de ser expostas, todos têm a mesma precaução - expressar suas opiniões (talvez agregar as melhores dos outros para si) e não cortar os colegas. A educação aqui é tão forçada que chega a dar enjôo. Na hora da dinâmica todos sorriem e expõem seus pontos de vista para que os recrutadores literalmente "os vejam", mas depois que saem da sala os candidatos nem se despedem.

4. Aquele sujeito quieto e sem ação na dinâmica já está encaminhado

Tinha alguém na dinâmica que nunca tomava iniciativa, e não apenas por timidez, mas porque simplesmente participava do processo e não se preocupava nem um pouco? Enquanto alguns já aprenderam a contornar o nervosismo com a prática, outros não se preocupam nem sequer em participar até serem chamados, isso porque eles já estão encaminhados, ou seja, eles já estão pré-selecionados, e sabem disso. A presença desses candidatos na dinâmica é mera formalidade para cumprimento dos papéis da empresa. Filhos de gerentes, cunhados do funcionário Y, eles já estão dentro, só você que não sabe, e está lá perdendo o seu tempo e tentando mostrar o que você pode agregar à empresa.

5. Não somos uma cultura de meritocracia. O "QI" é determinante

Isso apenas corrobora a afirmação acima. Na maioria dos casos, no Brasil*, se você não conhecer alguém na empresa, nem precisa tentar participar do processo - é perda de tempo e frustração na certa.

6. Nem sempre a melhor imagem é a que vende

O melhor traje e aparência possível, a melhor gramática, boas experiências e conhecimentos múltiplos nem sempre serão seus aliados. Com certeza na hora de trabalhar, mas, na seleção, às vezes o melhor é expor estritamente o necessário para aquela função, seja o nível de idioma, ou conhecimentos em informática. Cuide para não aparentar muito culto, inteligente ou com demasiada capacidade analítica, isso intimida o recrutador e incita o tópico 1 à tona. Você sabe quem é e o mundo só precisa saber do necessário.

7. O corpo de funcionários define a empresa

É uma utopia pensar que tal empresa é o logo, sua missão e seus produtos. Já foi assim, hoje não é mais. É o quadro de pessoal que define uma empresa, localmente. Vi muitos produtos decaírem com tempo, apresentarem falhas de embalagem, de informação, de qualidade. É a cultura do "mais barato", da "redução de custos" e de que "o brasileiro compra qualquer coisa". Aos gerentes, eu diria para vigiarem quem entra em suas organizações, porque o perfil do funcionário de hoje determina o perfil da empresa amanhã, e muitos funcionários querem resolver tudo com o "jeitinho". Então seria isso: contratação pelo "Quem Indica" é conveniente, mas cada transação representa um lucro ou um prejuízo, e na soma final a balança tenderá para algum dos lados.

*Lembrando que isso vale para o universo corporativo do Brasil, no resto do mundo também podem ocorrer parcialismos, mas nossa cultura é integralmente adepta desse quesito anti-meritocrático.

Fonte: http://www.administradores.com.br/

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